Mais especificamente da ilha Terceira, apesar de haver quem diga que a receita original nasceu no Faial.
O equilíbrio entre os sabores doces, salgados e azedos fica perfeito.
E as especiarias conferem-lhe um paladar requintado e muito especial...
No campo comem esta sopa sobre fatias de pão de trigo.
Ingredientes:
Para 6 pessoas
500 g de feijão canário (amarelo) ;
1 cebola ;
2 dentes de alho ;
1 colher de sopa de azeite (ou de banha) ;
1 talhada de abóbora ;
3 batatas-doces (médias) ;
2 batatas da terra (comuns) ;
1 colher de sopa de vinagre ;
1 colher de sopa de açúcar ;
1 colher de chá de canela ;
sal
Confecção:
Demolha-se o feijão e coze-se em água com a cebola, os dentes de alho e o azeite (ou a banha).
Reduz-se a puré. Juntam-se a abóbora, as batatas aos quadradinhos e tempera-se com o vinagre, o açúcar e a canela. Deixa-se cozer e rectifica-se o sal.
Sopa da pedra ou sopa de pedra é uma sopa típica da culinária de Portugal, em particular da cidade de Almeirim, situada no coração da região do Ribatejo, considerada a "capital da sopa da pedra".
Ao contrário do que o nome indica, a sopa de pedra é uma sopa com muitos ingredientes, em que a “pedra” é apenas o “pretexto”. Esta designação encontra-se em muitas culturas ocidentais e tem como base uma lenda.
Um frade pobre, que andava em peregrinação, chegou a uma casa e, orgulhoso demais para simplesmente pedir comida, pediu aos donos da casa que lhe emprestassem uma panela para ele preparar uma sopa – de pedra... E tirou do seu bornal uma bela pedra lisa e bem lavada. Os donos da casa ficaram curiosos e, de imediato, deixaram entrar o frade para a cozinha e deram-lhe a panela. O frade colocou a panela ao lume só com a pedra, mas logo disse que era preciso temperar a sopa...
A dona da casa deu-lhe o sal, mas ele sugeriu que era melhor se fosse um bocado de [chouriço] ou toucinho. E lá foi o unto para junto da pedra. Então, o frade perguntou se não tinham qualquer coisa para engrossar a sopa , como batatas ou feijão que tivessem restado da refeição anterior... Assim se engrossou a sopa “de pedra”. Juntaram-se cenouras, mais a carne que estava junta com o feijão e, evidentemente, resultou numa excelente sopa.Comeram juntos a sopa e, no final, o frade retirou cuidadosamente a pedra da panela, lavou-a e voltou a guardá-la no seu bornal... para a sopa seguinte!
(fonte wikipédia)
Estátua dedicada ao frade da lenda da sopa da pedra, em Almeirim
Como as pessoas tinham muitos filhos e não tinham o que lhes dar de comer, recorriam à Sopa dos Pobres, que forneciam sopa e pão às famílias mais necessitadas de acordo com o n.º do agregado familiar (comprovado mediante a apresentação de um cartão).
Muitas vezes eram as próprias crianças que a mando dos pais iam buscar a sopa ao meio-dia, carregando uma lata (antigas latas de 5 kg de atum das mercearias que eram reutilizadas) que servia de panela.
A sopa era feita com massa, feijão ou grão e com “peles” ou apenas “cheiro de carne”.
Mas “como a fome é o melhor tempero”, foi um auxílio importante à sobrevivência dos mais pobres.
A sopa dos pobres ficou popularmente conhecida como “Sopa do Sidónio” porque fora Sidónio Pais, Presidente da República no período pós Iª Guerra Mundial, que fundou a célebre sopa aos mais pobres.
Esta medida foi tão popular que as pessoas ainda no Estado Novo de Salazar, se referiam “à Sopa do Sidónio”.
Ás vezes a fome era tanta que, no caminho até casa, acabavam por comer o bocado de pão que era dado para a família.
Quando chegavam a casa apanhavam uma “valente tareia” da mãe. No período do estado Novo, os mendigos não andavam nas ruas porque era proibido mendigar nas ruas e a polícia levavam-nos para a Mitra, uma Instituição para os indigentes (pedintes).