O primeiro automóvel civil a circular no tabuleiro da Ponte Salazar
O primeiro carro civil, foi um Austin Seven (Morris Mini)
conduzido por Carlos Braz, motorista de profissão, que por mera acaso, conseguiu no meio da barafunda da altura, ser o primeiro popular a atravessar a ponte sobre o Tejo.
Na tarde de dia 6 de agosto de 1966, ( dia da inauguração)
Entre as décadas de 30 e de 60, dezenas de crianças escreveram ao ditador.
Em Novembro de 1956, o então Presidente do Conselho recebeu uma carta de um miúdo que tinha exactamente o seu nome.
A mensagem foi escrita pelos pais – a mãe de apelido Oliveira, o pai de último nome Salazar – e seguiu com uma foto do filho, de apenas 28 meses, com a farda da Mocidade Portuguesa.
"Excelentíssimo Senhor Professor Salazar: Humildemente, peço a V. Exª que perdoe a liberdade que tomei em enviar uma fotografia que meus pais há dias me mandaram tirar. Pedirei ao pai do céu que conceda ao senhor professor muitos anos de vida. Receba deste seu amiguinho um xi-coração, António de Oliveira Salazar Vilar, 28.XI.1956"
O outro António de Oliveira Salazar que escreveu ao ditador, com a farda da Mocidade Portuguesa
sobre cartas que crianças enviaram a Salazar, sempre a pedir qualquer coisa: proteção para os exames que vão fazer ou para intervenções cirúrgicas, melhores empregos para os pais, intervenção junto de Nossa Senhora, livros escolares para estudar,etc....
Oriunda de uma família humilde da freguesia de Barreiros, em Amares,Maria Augusta cedo teve de abandonar a casa dos pais para trabalhar.
Com apenas 16 anos partiu para o Porto para servir em casa de uma família rica da cidade, onde esteve vários anos.
Em finais da década de 40, uns familiares que tinha em Lisboa arranjaram-lhe colocação como ‘criada de casa’ dos Marqueses do Faial.
Até que um dia, já no despontar da década de 60, apareceu em casa dos marqueses uma visita muito especial: era o chefe do Governo que procurava uma cozinheira porque a sua irmã, que vivia com ele, ficou muito doente e precisava de mais uma pessoa.
Maria Augusta dizia muitas vezes às amigas que esse foi o dia mais marcante da sua vida.
Contava que “o senhor doutor” lhe perguntou se ela sabia quem ele era, ao que respondeu que “sim, porque o tinha visto nos jornais”. Dispensada pelos marqueses foi levada para casa de Salazar, tendo ficado admirada com a pobreza em que o homem que mandava em Portugal vivia.
“Habitava uma casinha humilde ao lado do palácio e quando lá cheguei não tinha nada na despensa. Ele meteu a mão ao bolso e deu-me uma nota de 20 escudos para ir às compras”, contava Maria Augusta, que não se cansava de enaltecer as virtudes de “um homem bom, amigo dos pobres e que morreu pobre”.
COLCHÃO DE PALHA
A humildade, a simplicidade, a bondade e a pobreza, eram, segundo Maria Augusta, as principais características de Oliveira Salazar.
Uma das histórias que repetia, era a de um dia, ao chegar à casa de Santa Comba Dão ter ficado admirada e até chocada com o quarto de Salazar
“dormia numa cama com colchão de palha, lençóis de estopa e mantas de farrapos. Nunca pensei que vivesse numa pobreza assim”, contava.
António de Oliveira Salazar morreu a 27 de Julho de 1970
Após uma cirurgia ao cérebro e uma prolongada doença.
Dirigiu o país com mão de ferro durante 40 anos.
O presidente do Conselho António de Oliveira Salazar foi internado no dia 6 de setembro de 1968, na sequência de um hematoma provocado pela famosa queda de uma cadeira de lona, ocorrida na manhã de 3 de agosto no Forte de Santo António do Estoril.
Salazar foi operado de urgência na madrugada de dia 7.
A operação a Salazar e o acompanhamento subsequente, assegurado pelo Hospital da Cruz Vermelha, custaram 5,6 milhões de escudos.
Aquele valor consta do "Processo Clínico do Dr. A. O. Salazar", conservado no Hospital da Cruz Vermelha.
Após uma rápida recuperação, e já autorizado pelos médicos a regressar à residência oficial, em São Bento, foi acometido por um grave acidente vascular cerebral (AVC), que o deixou em coma durante várias semanas, com respiração assistida por um ventilador.
Declarado incapacitado, foi substituído nas suas funções por Marcello Caetano, a 27 de setembro.
Assim terminava um longo ciclo de 40 anos da vida do país.Franco Nogueira, o biógrafo do ditador, contou o tempo em que Portugal foi governado, "sem interrupção", por Salazar: "quarenta anos, quatro meses e vinte e oito dias".