Criou a primeira coleção de esqueletos identificados.
Reuniu ossadas não reclamadas nos cemitérios de Lisboa.
Tinha mais de mil crânios.
Francisco Ferraz de Macedo
O “Ferraz das caveiras”, como era conhecido
Por iniciativa própria, criou a primeira coleção de esqueletos identificados do País, correspondente a mais de mil indivíduos, com os quais contestou as teorias em voga no século XIX, provando que criminosos e heróis não se distinguem pelos ossos.
Formado em farmácia e medicina,foi também criminologista, poeta e antropólogo.
Vivia sobre a sacristia da capela de Nossa Senhora do Monte (na imagem), tendo por companhia, apenas uma velha criada, três rouxinóis criados por si e todos os gatos das redondezas, que ele mesmo alimentava.
Em sacos de serapilheira numerados e catalogados, cheios com “até 20 crânios” humanos, que conseguida obter de ,coveiros e administradores de cemitérios.
A análise destes ossos foi essencial para a criação de um padrão quanto a idades e sexo, bem como sobre determinadas características físicas e patologias na população, que Ferraz de Macedo registara “dimensões exatas, configurações, anomalias, ângulos, espessamentos, cristas, apófises, todas as diferenciações subtis.
O seu espólio foi doado ao Museu Barbosa du Bocage**, hoje Museu Nacional de História Natural e da Ciência que, na madrugada do dia 18 de março de 1978, um incêndio alegadamente provocado por questões políticas destruiu quase por completo.
Da valiosa coleção osteológica do “Ferraz das caveiras” restaram apenas 30 crânios e o livro de medidas craniométricas.
No nosso País, no entanto, existem outras coleções de referência, em Évora, Porto e Coimbra, com um total de cerca de 4500 indivíduos identificados.
Natural de Lisboa, foi a primeira mulher portuguesa que frequentou, em regime de voluntariado, uma instituição de ensino superior em Portugal.
Assim, a 12 de Outubro de 1880, com 25 anos, matriculou-se na Escola Politécnica de Lisboa (mais tarde, Faculdade de Ciências da Universidade de Lisboa)
e o livro de «Matrículas e Exames» do Arquivo da Escola confirma a sua estadia até 1884.
(…) Mas terá Elisa Andrade prosseguido os seus estudos?
Algumas fontes indicam que sim e que terminou Medicina em 1889.
Se assim foi, deve ser considerada a primeira médica portuguesa.
fonte deste post: http://mulheresimportantesdonossotempo.blogspot.pt/
Numa época em que as mulheres estavam confinadas à família, à música e aos bordados, Antónia Pusich defendeu que deveriam também aprender a ler e a escrever para poderem participar na vida social e política do País. Através dos jornais que fundou despertou nas mulheres o sentido cívico que viria a ser uma realidade nos séculos que se lhe seguiram. Conheça-a e admire-a.
Antónia Gertrudes Pusich foi a primeira mulher no nosso país que, como jornalista e directora de publicações periódicas, pôs o seu nome no cabeçalho, sem se esconder, como até aí outras mulheres o haviam feito, atrás de um pseudónimo masculino. Desde nova que Antónia começou a rabiscar os primeiros versos. Com a educação que o pai lhe dera e os muitos livros de que a rodeou, sabemos que tinha conhecimento de várias línguas e que escrevia desde nova. A vida de casada e os três casamentos, bem como as adversidades da vida, só lhe permitiram que publicasse pela primeira vez em 1841. A sua obra mais conhecida é Olinda ou a Abadia de Comnor Place. de 1848. No prefácio do livro, Antónia Pusich conta que a ideia de escrever aquele romance lhe surgiu depois de ler uma novela de Walter Scott. De facto, no seu livro não faltam todos os ingredientes dos contos de terror, mais ao gosto das brumas britânicas que do nosso sol português.
Antónia Gertrudes Pusich
(1805 - 1883 )
Antónia Gertudes Pusich também escreveu sobre membros da família real, que sempre dedicou à sua família e a ela própria uma grande amizade, sendo mesmo íntima amiga da infanta Isabel Maria. A longevidade da escritora permitiu-lhe atravessar diversos reinados - de D. Maria I até ao reinado de D. Luís. A sua obra literária é extensa e sabe-se que recorreu à escrita para custear as despesas da sua numerosa família. Embora muitos dos seus livros só interessem a investigadores, a sua escrita como jornalista e como fundadora de três periódicos ainda se lê com interesse e agrado. Fundou A Cruzada, A Beneficência e A Assembleia Literária que são testemunho de uma faceta de pedagoga e interveniente na vida social e política. Grande sucesso teve, no Teatro Normal, a apresentação da sua peça Constança ou o Amor Maternal, drama autobiográfico. No fim da representação apareceu no palco com as duas filllas mais novas, tendo sido muito aplaudida.
Foi há 100 anos que a primeira mulher votou em Portugal
carolina beatriz ângelo fez da luta pelo direito de voto a sua grande causa, interpretando à letra a lei eleitoral de então, que considerava eleitores os indivíduos maiores de 21 anos que soubessem ler e escrever e chefes de família.
considerando-se na posse de todos os requisitos, porque tinha ficado viúva (sendo, portanto, chefe de família), carolina beatriz ângelo requereu a sua inscrição como eleitora, o que não lhe foi concedido. recorreu para os tribunais, que lhe deram razão, sendo-lhe atribuído o direito de voto pelo juiz joão baptista de castro, pai da escritora ana de castro osório, amiga de carolina beatriz ângelo e com ela dirigente da liga republicana das mulheres portuguesas.
na altura presidente da associação de propaganda feminista (apf), carolina beatriz ângelo avançou para a urna nas eleições para a assembleia constituinte de 28 de maio de 1911, na secção de voto de arroios, em lisboa.
o ato pioneiro desagradou ao poder de então, que viria a alterar a lei eleitoral. a legislação de 1913 só reconhecia o direito de voto aos eleitores do «sexo masculino». as mulheres só viriam a reconquistar o direito de voto em 1931, mas só as poucas que tinham o liceu ou um curso superior. mais tarde, outra condição seria imposta: só podiam votar as mulheres que tivessem um determinado rendimento.
A criação da Volta a Portugal em bicicleta deve-se a Raul Oliveira do jornal Os Sports.
A Volta é criada em 1927, tem o seu Regulamento publicado no jornal Os Sports de 4 de Fevereiro de 1927 e o primeiro itinerário realiza um desenho paralelo à linha da fronteira do continente português. O anúncio da realização da Volta a Portugal provoca nos jornais concorrentes, o Sporting e O Sport de Lisboa, uma reacção de crítica que se estende à UVP por ter dado apoio oficial à realização da prova. A disputa e rivalidade entre os jornais chega a tal ponto que, em1927, se assiste não a uma volta a Portugal mas a duas voltas, uma realizada em Abril pelos jornais Os Sports e pelo Diário de Notíciascom o apoio da estrutura federativa e outra, logo a seguir, em Maio pelo jornal Sporting do Porto. A realização da primeira Volta a Portugal foi um banco de ensaios em termos económicos, mas os encargos terão sido de tal ordem que, não obstante a popularidade alcançada, os empreendedores só conseguiram repetir o evento quatro anos mais tarde, em 1931. Com a Guerra Civil de Espanha a Volta não se realiza em 1936-37 e, devido à II Guerra Mundial, interrompe de novo entre 1942-45. Em 1953-54 a Volta não se faz por falta de organizador e em 1975 não se realiza devido à revolução vivida após o 25 de Abril de 1974. A Volta, desde que criada, é o maior evento de ciclismo de Portugal.
Nos primeiros anos a fronteira foi a grande referência das Voltas das primeiras décadas da Volta[9] . As primeiras voltas procuraram unir todos os locais e, neste esforço, as cidades do interior situadas nesses limites são praticamente todas contempladas pelo desenho da Volta. Entre 1955 e 1965, o desenho da Volta é assimétrico e passa duas vezes pelo litoral entre Lisboa e Porto. A crescente popularidade do ciclismo e o aparecimento de novas pistas como a de Alpiarça, a de Loulé e a de Sangalhos marcam anos de prosperidade para os clubes de ciclismo, maioritariamente situados no litoral a Norte de Lisboa. Os itinerários contêm etapas em circuito feitas em torno destas vilas que acabam em festivais de pista.
O vencedor da primeira edição foi AUGUSTO DE CARVALHO da equipa do Carcavelos.