Foi o primeiro chef de cozinha reconhecido como uma estrela em Portugal
O "pai" das conhecidas ameijoas à Bulhão Pato e dos populares pastéis de bacalhau.
Foi o primeiro cozinheiro português a ser considerado uma vedeta e fez jus a esse estatuto.
Manteve vários estabelecimentos em simultâneo e com enorme sucesso; preparou requintados manjares para ricos, famosos e poderosos; escreveu um livro, reeditado até hoje; organizou encontros com outros mestres da mesma arte; arriscou muitas combinações improváveis... Na segunda metade do século XIX, falar de gastronomia em Lisboa, era falar de João da Matta, dos seus pratos arrojados e inovadores.
Entre os clientes, nada mais, nada menos, que Alexandre Herculano, Rafael Bordallo Pinheiro e muitos outros intelectuais; o imperador do Brasil, D. Pedro II, e a sua filha Isabel; e, claro, o mais conhecido bon vivant de Lisboa, o Conde do Farrobo (Joaquim Pedro Quintela), que encomendava o catering do Matta.
As benzeduras são rezas muito antigas, ensinadas de geração em geração, que devem ser ditas enquanto se faz o sinal da cruz à frente da pessoa que se está a benzer.
- Vai precisar de:
- 1 prato fundo com água - 1 pouco de azeite numa tacinha
Preparação:
- Diga a seguinte oração em voz alta:
Deus te viu, Deus te criou Deus te livre de quem para ti com mal olhou. Em nome do pai, do Filho e do Espírito santo Virgem do pranto, quebrai este quebranto.
Molhe o dedo no azeite e deixe cair três gotas no prato com água. Se as gotas se abrirem na água, ainda tem quebranto. Deite fora a água e repita a oração com água limpa no prato. Quando as gotas de azeite ficarem intactas na água, o quebranto foi tirado.
Criou a primeira coleção de esqueletos identificados.
Reuniu ossadas não reclamadas nos cemitérios de Lisboa.
Tinha mais de mil crânios.
Francisco Ferraz de Macedo
O “Ferraz das caveiras”, como era conhecido
Por iniciativa própria, criou a primeira coleção de esqueletos identificados do País, correspondente a mais de mil indivíduos, com os quais contestou as teorias em voga no século XIX, provando que criminosos e heróis não se distinguem pelos ossos.
Formado em farmácia e medicina,foi também criminologista, poeta e antropólogo.
Vivia sobre a sacristia da capela de Nossa Senhora do Monte (na imagem), tendo por companhia, apenas uma velha criada, três rouxinóis criados por si e todos os gatos das redondezas, que ele mesmo alimentava.
Em sacos de serapilheira numerados e catalogados, cheios com “até 20 crânios” humanos, que conseguida obter de ,coveiros e administradores de cemitérios.
A análise destes ossos foi essencial para a criação de um padrão quanto a idades e sexo, bem como sobre determinadas características físicas e patologias na população, que Ferraz de Macedo registara “dimensões exatas, configurações, anomalias, ângulos, espessamentos, cristas, apófises, todas as diferenciações subtis.
O seu espólio foi doado ao Museu Barbosa du Bocage**, hoje Museu Nacional de História Natural e da Ciência que, na madrugada do dia 18 de março de 1978, um incêndio alegadamente provocado por questões políticas destruiu quase por completo.
Da valiosa coleção osteológica do “Ferraz das caveiras” restaram apenas 30 crânios e o livro de medidas craniométricas.
No nosso País, no entanto, existem outras coleções de referência, em Évora, Porto e Coimbra, com um total de cerca de 4500 indivíduos identificados.
Antigamente os colchões eram feitos de tecido resistente, tipo lona, por norma com padrão de riscas grossas.
No centro tinha um buraco através do qual era cheio, sempre pela altura das malhas do centeio.
A palha nova iria substituir a velha e moída do ano anterior.
O ruido da palha nova durante a noite era incomodativo, com o tempo, ia ficando macia.
Estes colchões permitiam aconchegar o corpo, de modo a manter a temperatura e a evitar a entrada de ar frio do exterior, ao fazer a cama era notório a cova, devido ao peso da pessoa que dormia no colchão.
Todas as manhãs era necessário agitar o conteúdo do colchão, para repor a forma original do mesmo.
Nos primeiros anos de exposição, o Jardim Zoológico de Lisboa mudou duas vezes as instalações e, durante o transporte entre uma zona de Palhavã (atual Instauração Calouste Gulbenkian) para uma quinta das Laranjeiras aconteceu.
Um leopardo saltou da sua jaula ainda inacabada e semeou o caos e o pânico entre os lisboetas.
Polícia, funcionários do zoológico e uma força de infantaria com 40 elementos responderam à chamada.
Apesar do pânico, entretanto, havia aglomerado no sítio; fechar portas e portões e “desancar mato” até detectar o bicho.
Armas engatilhadas, baionetas em estoque, havia um grupo de 14 praças, força avançada missão.
Não tardaram os tiros. Ao final de duas descargas, o colosso estava ferido, mas não foi dado por vencido, saltando em várias direções, atacando para sobreviver.
Foi nessa profundeza que António Augusto Cardoso, soldado da 3ª companhia, avançou para disparar murado de três metros de bicho, que galgou sobre o militar, abocanhando-o.
E aí, se as coisas já estavam confusas, as mesmas coisas se tornaram caóticas, porque, enquanto o bicho era encontrado sobre o soldado, outro o perseguia com uma forquilha, e o resto dos militares desataram a disparar, também atingindo o seu camarada.
No final, apesar de todo o esplendor, o saldo foi um leopardo morto pelas mandíbulas e garras do felino e por dois disparos de “um colega”.
Depois de desmaiar nos braços de um colega, seguiu para o hospital, prontamente escoltado.
O Jardim Zoológico de Lisboa – e a humanidade ficaram mais pobres pelo desaparecimento de tão belo exemplo de leopardo que, esclareça-se, tinha sido um presente de João de Azevedo Coutinho – explorador, militar e, gestor universal de Moçambique – ao nosso rei, que ou entregou ao zoo.
“A alma de uma mulher e a alma de uma porca são quase o mesmo, ou seja, não valem grande coisa.” (Arnaud Laufre)
Por estes pensamentos da época já da para se ter uma idéia da visão que o homem tinha da mulher.
A MULHER NA FAMÍLIA
As filhas eram totalmente excluídas da sucessão, quando contraiam matrimônio recebiam um dote, constituído de bens que seriam administrados pelo marido. A linhagem beneficiava apenas componentes do sexo masculino, e a herança só era passada para o primogênito, isso como forma de evitar a divisão dos bens da família.
Quando a mulher se casava passava a fazer parte da família do esposo. Nessa nova família, quando viúva, não tinha direito à herança.
O casamento era um pacto entre duas famílias, seu objetivo era simplesmente a procriação.
A mulher era ao mesmo tempo doada e recebida, como um ser passivo. Sua principal virtude, dentro e fora do casamento, deveria ser a obediência, submissão. Filha, irmã, esposa: servia somente de referência ao homem que estava servindo.
A inferioridade feminina provinha da fragilidade do sexo, da sua fraqueza ante aos perigos da carne. No centro da moral cristã existia uma aguada desconfiança em relação ao prazer. Ele, segundo os moralistas, mantinha o espírito prisioneiro do corpo, impedindo-o de se elevar em direção a Deus.
Na prática do sexo, sempre com o objetivo único da procriação, a mulher não deveria demonstrar sensação de prazer, a posição deveria ser o homem sobre a mulher.
Essa posição obrigatória da prática do sexo indicava a situação de submissão que dela se esperava.
Seguramente, na concepção dos religiosos, o marido que amasse excessivamente sua esposa era visto como adúltero. Não deveria usá-la como se fosse uma prostituta. A mulher não podia tratar o marido como se ele fosse seu amante.
Por intermédio do casamento, o corpo da mulher passava a pertencer ao seu esposo. Mas a alma dela deveria sempre permanecer na posse de Deus.
Na época, buscava-se justificar o desprezo dos homens pelas mulheres de todas as formas.
Para os pensadores da época, a palavra latina que designava o sexo masculino, Vir, lembrava-lhes Virtus, isto é, força, retidão. Enquanto Mulier, o termo que designava o sexo feminino lembrava Mollitia, relacionada à fraqueza, à flexibilidade, à simulação.
Aos homens, pais ou maridos cabia o direito de castigá-las como uma criança, um doméstico, um escravo.
Este desdém revela ao mesmo tempo desconfiança e temor. Os homens receavam o adultério por parte da esposa. Temiam que lhes oferecessem certos filtros mágicos que os levassem a impotência. Esterilidade, esta, que assustava os homens.
ATIVIDADES PROFISSIONAIS
Na época, a mulher era vista como um ser que foi feito para obedecer.
Não era bom que uma mulher soubesse ler e escrever, a não ser que entrasse para a vida religiosa. Uma moça deveria, isso sim, saber fiar e bordar.
Se fosse pobre, teria necessidade do trabalho pra sobreviver. Se fosse rica, ainda assim deveria conhecer o trabalho para administrar e supervisionar o serviço de seus domésticos e dependentes.
Entretanto, não devemos pensar na mulher como um grupo compacto e oprimido pelos homens.
As diferenças sociais foram sempre tão fortes como as diferenças de sexo.
Muitas vezes a opressão era exercida pelas mulheres poderosas sobre as suas dependentes.
Considerava-se que a mulher era o pecado, a carne fraca.
O casamento não tinha nunca o objetivo de unir pessoas que se amam, ou o objetivo de dar prazer a alguma das partes, e sim o objetivo da procriação.
A mulher quando se casava simplesmente trocava de homem ao qual tinha que se submeter (de pai para agora marido).
À mulher cabia as responsabilidades domésticas, exceto no caso de camponeses e classes mais baixas, que deveriam acompanhar seu marido no trabalho feudal.
O pirolito era uma bebida gasosa, continha água, ácido cítrico e gás carbónico e a garrafa não tinha rolha nem cápsula, pois possuía no interior uma esfera de vidro que servia de tampa, (empurrava-se a esfera de vidro para baixo, de modo ao gás sair e permitir a saída do liquido).
Devido às exigências sanitárias e outros melhoramentos exigidos pelo governo da altura nos finais da década de 1950, levou ao encerramento das Fábricas de Pirolitos nos inícios da década de 1960.
O sistema de fecho destas garrafas, pela pequena esfera de vidro, foi considerado prejudicial para a saúde pública, pois era difícil a sua lavagem, entre outras medidas sanitárias que devido aos elevados custos de modernização, levou ao encerramento de muitas fábricas em todo o País.
O formato da garrafa, também conhecida por «frasco de bola», distinguia-a de todas as outras bebidas gaseificadas.
Tinha uma forma cilíndrica na base, encimada por um gargalo cónico, com um aro de borracha na extremidade superior, que se destinava a fechar hermeticamente a bebida por intermédio de uma bola de vidro.
Esta bola de vidro transformava-se num berlinde, apreciado pelos rapazes, quando se partiam as garrafas, usados depois no jogo do berlinde.
Um estreitamento bilateral no gargalo, como se fosse feito por dois dedos, permita fixar o berlinde, depois de aberta.
Para abrir a garrafa bastava carregar no berlinde e este descia para a sua cavidade própria no gargalo.
Ao pegarmos numa garrafa de pirolito ouvimos o som inconfundível do berlinde a bater nas paredes da garrafa.
Em Portugal houve inúmeras fábricas de pirolitos, distribuídas por todo o território, nomeadamente em Aveiro; Barreiro; Estremoz; Espinho; Coimbra; Sesimbra, Marinha Grande, Lourinhã, etc. Assim, cada pessoa que conheceu o pirolito acha que o da sua zona foi o primitivo.
Em comum existiam as garrafas fabricadas na Marinha Grande. Do que nos foi possível constatar existiam vários tipos de garrafas.
Embora o modelo seja o mesmo os tamanhos e o tipo de vidro variam ligeiramente. Isto deve-se a que eram fabricadas em várias fábricas.
Algumas garrafas não tinham qualquer identificação na base, enquanto outras apresentam as marcas das fábricas em que eram produzidas.
Em 1934, Eusébio Tamagnini, Ministro da Educação da altura, numa entrevista ao Diário de Notícias, explica como irá extinguir o analfabetismo, apesar de não ter verbas suficientes para atender a todos os casos de adultos e crianças que não sabem ler nem escrever.
Para ser resolvido, afirma ele, tal problema terá que ser simplificado de acordo com as mais modernas pedagogias:
Quer dizer - acentua o Sr. Eusébio Tamagnini - que reduzindo das 585 000 crianças em idade escolar, 23% (8% de ineducáveis e 15% de normais estúpidos), ficam 134 500 que não carecem de ensino complementar.
Para as restantes ( os 451 000 educáveis ) são precisas mais 190 escolas e 270 professores.
in Escola, Sociedade que relação?, de Luiza Cortesão (1988)
A cadeira que está na posse do Colégio Militar pode não ser aquela de onde o ditador caiu.
E há diferentes versões da história: uns referem que a cadeira se partiu e foi atirada ao mar pela governanta e outros afirmam mesmo que a cadeira nunca existiu.
A governanta de António de Oliveira Salazar. Relata que, a 10 de setembro de 1968 - pouco mais de um mês depois da queda de Salazar da cadeira -, Maria de Jesus afirmou ao Diário de Notícias que a cadeira se «desconjuntou» durante a queda.
O facto de Salazar ter «o hábito de se deixar cair nas cadeiras, em vez de se sentar» - como conta Américo Tomás, o último Presidente do Estado Novo, no seu livro Últimas décadas - pode ter provocado a quebra da cadeira.
Por outro lado, um livro de Fernando Dacosta intitulado Máscaras de Salazar refere que, dois dias depois do acidente, a governanta que acompanhou o ditador durante mais de 40 anos, «furiosa», partiu a cadeira e atirou-a ao mar.
Há mesmo quem fale da existência de um manuscrito da governanta, onde a famosa Dona Maria contará que decidiu desfazer-se da cadeira, mandando-a ao mar.
A cadeira de lona ficou conhecida por ter conseguido derrubar Salazar - o que a Oposição não conseguiu fazer - e tê-lo levado a abandonar o poder após de 40 anos. Mas há quem defenda que a história é falsa e que a tal cadeira nunca existiu.
O barbeiro de Salazar, Manuel Marques, contava que o antigo chefe do Conselho não caiu de uma cadeira, mas sim que tombou desamparado no chão. «Salazar não se apercebeu, nessa manhã, que a cadeira, onde se deveria instalar, se encontrava fora do sítio.
O dr. Salazar era muito educado, mas muito cabeça no ar»
Outra testemunha, a última criada de Salazar, Rosália Araújo, afirmou que não se lembra de ninguém ter falado em nehuma queda.
«Depois, mais tarde, é que ouvi essa versão, porque eu nunca me lembro de alguém dizer que ele tinha caído da cadeira.
As cadeiras que havia lá no corredor eram cadeiras de verga, assim como as mesas», contou, afirmando que o presidente do Governo nem nunca se sentava nas cadeiras.
A história da queda de Salazar da cadeira de lona, madeira, ou qualquer outro tipo de material, parece ser um mistério que continua, e continuará, por desvendar.