O atentado contra Salazar em 1937
Uma bomba colocada pelos anarquistas e detonada à distância falhou o carro de Salazar, que acabara de estacionar na avenida Barbosa du Bocage,para assistir à missa na capela particular de um amigo
O Buick oficial de António de Oliveira Salazar parara na Avenida Barbosa du Bocage, junto ao palacete do amigo Josué Trocado, onde o governante ia assistir à missa de domingo na capela particular.
De repente, um estrondo veio perturbar a manhã daquele 4 de julho de 1937.
Uma bomba colocada no coletor que passava perto explodia, lançando terras e pedras pelos ares.
O fato escuro do chefe do governo, como descreve o DN do dia seguinte, "estava coberto de poeira, mas no rosto sereno nem um músculo se movera em contração de espanto ou temor".
O grupo anarquista, que tanto tinha planeado o atentado ao ditador, falhara.
Décadas mais tarde, já depois do 25 de Abril, um deles, Emídio Santana, lamentava numa entrevista que o atentado bombista tivesse fracassado.
Admitia que Salazar era "um homem que percebia de Finanças, mas que tinha uma ideia muito restrita da sociedade.
Tinha a ideia de que a sociedade era uma família pobre que se governava com os seus próprios meios e não deveria ter muitas ambições".
Conta-se que depois de sacudir a poeira terá dito com indiferença: "Vamos assistir à missa".
A história não mudou em 1937 e Salazar só morreria em julho de 1970, quatro anos antes do fim do regime a que muitos chamam salazarista.
fonte: http://www.dn.pt/