Lenda da Justiça de Fafe
Um dos maiores símbolos referenciais de Fafe e foi celebrada por um monumento na cidade.
O símbolo da Justiça tem como base uma famosa lenda, com diversas versões.
Qual delas a mais próxima da verdade, se é que as lendas testemunham alguma aproximação à verdade.
A versão mais difundida e propagandeada desde o início deste século Fala de um episódio, registado no século passado e protagonizado pelo Visconde de Moreira de Rei, político influente no concelho e homem de bem, mas não de levar afrontas para casa.
Deputado às Cortes, terá chegado atrasado a uma sessão daquele órgão monárquico, no que terá sido censurado grosseiramente por um “tal Marquês”, também deputado, que chegou ao desplante de lhe chamar “cão tinhoso”.
O nosso Visconde fingiu não ouvir o impropério e mostrou-se tranquilo durante a sessão mas, finda aquela, interpelou o Marquês petulante, repreendendo-o pelas palavras descorteses que lhe havia dirigido.
Em vez de lhe pedir desculpa, este arremessou-lhe provocadoramente as luvas ao rosto. Na época, os conflitos resolviam-se em duelo, que se tornou inevitável.
Ao ofendido competia escolher as armas. E quando todos pensavam que iria preferir espadas ou pistolas, como era usual na altura, o Visconde apresenta-se para o recontro munido de dois resistentes varapaus.
O Marquês, é claro, não sabia manejar tal arma.
E assim, quando a sessão de bordoada começou, o Visconde, perito na arte do jogo do pau, tradicional nesta região, enfiou tanta fueirada no rival que, “pôs-lhe o lombo num feixe”.
À gargalhada perante o acontecimento, os assistentes não se contiveram e gritaram, em coro: “Viva a Justiça de Fafe”.
Esta a versão mais corrente da origem da expressão “Justiça de Fafe”.
Outras versões populares são referenciadas sobre a origem da Justiça de Fafe.