Sopa da pedra ou sopa de pedra é uma sopa típica da culinária de Portugal, em particular da cidade de Almeirim, situada no coração da região do Ribatejo, considerada a "capital da sopa da pedra".
Ao contrário do que o nome indica, a sopa de pedra é uma sopa com muitos ingredientes, em que a “pedra” é apenas o “pretexto”. Esta designação encontra-se em muitas culturas ocidentais e tem como base uma lenda.
Um frade pobre, que andava em peregrinação, chegou a uma casa e, orgulhoso demais para simplesmente pedir comida, pediu aos donos da casa que lhe emprestassem uma panela para ele preparar uma sopa – de pedra... E tirou do seu bornal uma bela pedra lisa e bem lavada. Os donos da casa ficaram curiosos e, de imediato, deixaram entrar o frade para a cozinha e deram-lhe a panela. O frade colocou a panela ao lume só com a pedra, mas logo disse que era preciso temperar a sopa...
A dona da casa deu-lhe o sal, mas ele sugeriu que era melhor se fosse um bocado de [chouriço] ou toucinho. E lá foi o unto para junto da pedra. Então, o frade perguntou se não tinham qualquer coisa para engrossar a sopa , como batatas ou feijão que tivessem restado da refeição anterior... Assim se engrossou a sopa “de pedra”. Juntaram-se cenouras, mais a carne que estava junta com o feijão e, evidentemente, resultou numa excelente sopa.Comeram juntos a sopa e, no final, o frade retirou cuidadosamente a pedra da panela, lavou-a e voltou a guardá-la no seu bornal... para a sopa seguinte!
(fonte wikipédia)
Estátua dedicada ao frade da lenda da sopa da pedra, em Almeirim
José Teixeira da Silva, mais tarde conhecido por Zé do Telhado, nasceu em 1816, no lugar do Telhado, freguesia de Castelões de Recesinhos, Penafiel.
Alistou-se no exército, em Lisboa, destacou-se pelo seu comportamento militar e pela sua postura destemida ao serviço dos designados "Lanceiros da Rainha".
Com o fim da guerra civil, em 1837 casa com a sua prima Ana. Regressa, então, a Recesinhos, onde constitui família.
Com a Revolução da Maria da Fonte, em 1846, José do Telhado integra a revolta popular. Durante os confrontos, chega mesmo a salvar a vida do general Sá da Bandeira, sendo por este feito, posteriormente condecorado por ele, com a medalha de Cavaleiro de Torre e Espada.
Com o fim destas revoltas, a sua família começou a passar por dificuldades, por falta de dinheiro. A partir daí, e como já tinha alguma prática herdada da família, começou a dedicar-se à "arte" de assaltar.
Pensa-se ter formado um grupo, tal como Robin dos Bosques em Inglaterra, com o qual praticava assaltos às casas dos senhores mais ricos das redondezas.
Diz-se que em todo o Vale do Tâmega e mesmo algumas regiões do Douro, poucas foram as casas senhoriais que não receberam a "visita" da malta do Zé do Telhado.
Há, porém, um dado interessante na sua história: parece que o Zé do Telhado, para além de tratar sempre com muito respeito os donos das casas assaltadas, não costumava ficar com tudo só para si, distribuía-o pelas famílias pobres suas vizinhas. É a partir daí que lhe é atribuída a lenda de "roubar aos ricos para dar aos pobres".
Foi preso, julgado e condenado em Angola, onde veio a morrer em 1875.
A lenda do Zé do Telhado ficou, para sempre, escrita na memória das terras de Penafiel e arredores. Pode dizer-se que tivemos um Robin dos Bosques português.