Numa época em que as mulheres estavam confinadas à família, à música e aos bordados, Antónia Pusich defendeu que deveriam também aprender a ler e a escrever para poderem participar na vida social e política do País. Através dos jornais que fundou despertou nas mulheres o sentido cívico que viria a ser uma realidade nos séculos que se lhe seguiram. Conheça-a e admire-a.
Antónia Gertrudes Pusich foi a primeira mulher no nosso país que, como jornalista e directora de publicações periódicas, pôs o seu nome no cabeçalho, sem se esconder, como até aí outras mulheres o haviam feito, atrás de um pseudónimo masculino. Desde nova que Antónia começou a rabiscar os primeiros versos. Com a educação que o pai lhe dera e os muitos livros de que a rodeou, sabemos que tinha conhecimento de várias línguas e que escrevia desde nova. A vida de casada e os três casamentos, bem como as adversidades da vida, só lhe permitiram que publicasse pela primeira vez em 1841. A sua obra mais conhecida é Olinda ou a Abadia de Comnor Place. de 1848. No prefácio do livro, Antónia Pusich conta que a ideia de escrever aquele romance lhe surgiu depois de ler uma novela de Walter Scott. De facto, no seu livro não faltam todos os ingredientes dos contos de terror, mais ao gosto das brumas britânicas que do nosso sol português.
Antónia Gertrudes Pusich
(1805 - 1883 )
Antónia Gertudes Pusich também escreveu sobre membros da família real, que sempre dedicou à sua família e a ela própria uma grande amizade, sendo mesmo íntima amiga da infanta Isabel Maria. A longevidade da escritora permitiu-lhe atravessar diversos reinados - de D. Maria I até ao reinado de D. Luís. A sua obra literária é extensa e sabe-se que recorreu à escrita para custear as despesas da sua numerosa família. Embora muitos dos seus livros só interessem a investigadores, a sua escrita como jornalista e como fundadora de três periódicos ainda se lê com interesse e agrado. Fundou A Cruzada, A Beneficência e A Assembleia Literária que são testemunho de uma faceta de pedagoga e interveniente na vida social e política. Grande sucesso teve, no Teatro Normal, a apresentação da sua peça Constança ou o Amor Maternal, drama autobiográfico. No fim da representação apareceu no palco com as duas filllas mais novas, tendo sido muito aplaudida.
Dona Antónia Adelaide Ferreira nasceu no Peso da Régua, em Portugal, a 4 de Julho de 1811.
D.Antónia teve a coragem de desafiar os mais poderosos e ajudar os mais pobres servindo de exemplo e orgulho para os habitantes do Douro.
Antónia Adelaide Ferreira, empresária vinhateira portuguesa, nasceu em 1811. Ficou famosa por se ter dedicado ao cultivo do vinho do Porto e introduzindo notáveis inovações. Nasceu numa família abastada do Norte com créditos no cultivo da vinha para vinho do Porto. O pai, José Bernardo Ferreira casou-a com um primo, mas este não se interessou pela cultura da família e delapidou alegremente parte da fortuna. Adelaide teve dois filhos e quando ficou viúva com 33 anos despertou nela a sua verdadeira vocação de empresária. Sabe-se que a "Ferreirinha", como era carinhosamente conhecida, se preocupava com as famílias dos trabalhadores das suas terras e adegas. Com o apoio do administrador José da Silva Torres, mais tarde seu segundo marido, Adelaide Ferreira lutou contra a falta de apoios dos sucessivos governos, mais interessados em construir estradas e comprar vinhos a Espanha. Lutou contra a doença da vinha, a filoxera e deslocou-se a Inglaterra para se informar de meios mais modernos de combate à moléstia, bem como processos mais sofisticados de produção do vinho. A "Ferreirinha" investiu em novas plantações de vinhas em zonas mais expostas ao Sol, não descurando as plantações de oliveiras, amendoeiras e cereais. A Quinta do Vesúvio, a mais famosa das suas propriedades era por ela percorrida e vigiada de perto. Em 1849 a produção vinícola era já de 700 pipas de vinho. Mercê de bons acordos, grande parte dos vinhos foi exportada para o Reino Unido, ainda hoje o primeiro importador de Vinho do Porto. Quando faleceu, em 1896, deixou uma fortuna considerável e perto de trinta quintas.
Grandes feitos: Campeão Mundial Interclubes (1987), Campeão da Liga dos Campeões da UEFA (1986-1987), Campeão da Supertaça da UEFA (1987), Tricampeão do Campeonato Português (1984-1985, 1985-1986 e 1987-1988), Campeão da taça de Portugal (1987-1988) e Campeão da Supertaça de Portugal (1986). Foi o primeiro (e até hoje único) clube português a se tornar campeão mundial interclubes.
Equipa base: Jósef Mlynarczyk (Zé Beto); João Pinto, Eduardo Luís (Geraldão), Celso Gavião (Lima Pereira) e Augusto Inácio; Jaime Magalhães, Quim (Rui Barros), António André e António Sousa; Rabah Madjer (Vermelhinho) e Paulo Futre (Fernando Gomes / Casagrande / Juary).Técnicos: Artur Jorge (1984-1987) e Tomislav Ivic (1987-1988).
“O Dragão se apresenta à Europa. E ao mundo também.”
Depois do bicampeonato europeu conquistado pelo Benfica em 1961 e 1962, a Europa jamais viu o brilho de um clube lusitano até o ano de 1987. Décadas se passaram, vários esquadrões encantaram, mas nenhum que tivesse sangue português conseguiu desbancar alemães, italianos, ingleses, espanhóis, holandeses e até romenos na principal competição do continente. Foi então que uma turma vestida em azul e branco acabou de vez com a seca e faturou uma inédita e histórica Liga dos Campeões sobre uma equipa amplamente favorito e já tricampeão do torneio – o Bayern München. Jogando em Viena, o Futebol Clube do Porto virou gigante, desbancou os alemães e levou a “Velhinha Orelhuda” para Portugal depois de 25 anos. Não bastasse o título continental, os portistas viajaram até o gélido Japão para encarar outro clube cheio de tradição, o Peñarol-URU, e provou que nem mesmo um campo coberto de neve seria capaz de apagar a chama do Dragão e o futebol de Madjer, Gomes, Magalhães, Inácio, João Pinto e tantos outros que transformaram o Porto no primeiro – e até hoje único – clube português campeão mundial de futebol, uma façanha que nem mesmo o formidável Benfica de Eusébio e Coluna conseguiu. Mas não foi só isso. Eles venceram vários títulos nacionais e iniciaram naquele final de década uma hegemonia impressionante no futebol de seu país.
Grandes feitos: Campeão Mundial Interclubes (2004), Campeão da Liga dos Campeões da UEFA (2003-2004), Campeão da Copa da UEFA (2002-2003), Bicampeão Português (2002-2003 e 2003-2004), Campeão da taça de Portugal (2002-2003) e Bicampeão da Supercopa de Portugal (2003 e 2004).
Time base: Vitor Baía; Paulo Ferreira (Seitaridis / Bosingwa), Ricardo Carvalho (Pedro Emanuel), Jorge Costa e Nuno Valente (Ricardo Costa); Costinha, Pedro Mendes (Alenichev / Diego), Deco (Quaresma / Luís Fabiano) e Maniche; Derlei e Hélder Postiga (Benni McCarthy / Carlos Alberto / Jankauskas). Técnicos: José Mourinho (2002-2004) e Víctor Fernandéz (2004).
“Prazer em conhecê-lo, José Mourinho”
Os portugueses leais ao azul e ao branco do Futebol Clube do Porto viveram três anos simplesmente maravilhosos de 2002 até 2004. Depois de anos dominando o cenário futebolístico nacional com títulos e mais títulos do Campeonato Português, principalmente com o ídolo Jardel, o Porto conseguiu, enfim, expandir sua supremacia para o continente europeu de maneira emblemática, com jovens cheios de talento e lapidados por um treinador novato que logo entraria para o rol dos maiores de todos os tempos: José Mourinho. O polêmico e emburrado técnico conduziu o time de Vitor Baía, Ricardo Carvalho, Costinha, Maniche, Deco e Derlei às maiores glórias possíveis no velho continente: a Copa da UEFA e a Liga dos Campeões da UEFA. E as taças não vieram de qualquer jeito não. Elas foram conquistadas com show, talento, brilho, e um passeio na decisão da Liga contra o Monaco: 3 a 0. Mourinho conseguiu dar ao Porto praticamente todas as glórias, faltando apenas uma Supercopa da UEFA (perdidas para o Milan, em 2003, e Valencia, em 2004). O segundo troféu da Liga igualou os Dragões ao Benfica, maior rival, que desde a década de 60 se vangloriava por ter mais taças europeias que o Porto. Pobres vermelhos… É hora de relembrar os melhores anos da história do Porto, sem dúvida alguma, que tiveram taças, craques, Mourinho, façanhas e a inauguração de um estádio novinho em folha.