OS BAILES " antigamente "
Nos bailes de antigamente, os jovens percorriam o salão em busca da rapariga ideal para iniciar um romance.
Caso ela fosse localizada na mesa com os pais, as pernas tremiam.
Tinham de arranjar coragem e talvez fosse esse o combustível (coragem) para encorajar o ato de atravessar o salão e chegar na mesa com o convite, formalismo, “vamos dançar?”
O “sim” dela poderia significar que também queria dançar, pois os olhos já tinham se cruzado num momento do baile, mas poderia ser apenas o “sim” formal para não dar um “cabáço” no rapaz audacioso.
Neste último caso, a regra que a jovem aprendeu em casa com a mãe casamenteira,não significaria que havia outro interesse a não ser o da boa educação.
No entanto, se “começássem a se interessar um pelo outro” ai, Jesus! – as danças se prolongariam por todo o baile e, na hora exata, os rostos se colavam e a sedução começava com uma conversa de ouvido.
O ato de seduzir transformava-se numa enciclopédia romântica que valia até mentiras ingénuas.
O beijo roubado, quando as luzes diminuíam de intensidade, era, talvez, o único da noite.
Quem não dançou uma vez na vida de rosto colado não sabe o que perdeu.