Aguardente de medronho - tradição de Monchique
A aguardente de medronho faz parte da identidade cultural e gastronómica da vila de Monchique e representa uma tradição secular
A apanha do medronho acontece entre outubro e dezembro.
O fruto deve estar maduro e ser apanhado sem pés nem folhas. Para muitos, esta é a parte essencial de todo o processo, pois vai influenciar a qualidade da bebida no fim.
Depois, segue-se a fermentação que vai até março/abril.
Neste período, o medronho é conservado em barris de plástico ou em tanques de madeira.
Os reservatórios devem ser cobertos com frutos esmagados e estar bem vedados para evitar o contacto com o ar.
Deve haver, ainda, um pequeno respiradouro para o gás sair.
Finalmente, segue-se a ‘estila’, o fabrico propriamente dito, da aguardente de medronho.
Nesta fase, o fruto fermentado é lentamente destilado em alambiques de cobre, preferencialmente de cano direto porque é de fácil limpeza.
A caldeira também deve estar sempre bem limpa antes de cada ‘estila’, pois só assim se evita que o cobre passe para a aguardente.
Na fornalha é aconselhado o uso de madeira grossa de medronheiro ou de sobreiro.
O processo da ‘estila’
Consiste no aquecimento feito em lume direto, seguindo-se o arrefecimento do líquido que acontece através de um tubo de cobre mergulhado em água fria corrente, contida num recipiente próprio, e, por fim, a recolha da aguardente num cântaro de barro.
Na recolha verifica-se inicialmente a chamada ‘cabeça’, que se deve rejeitar por conter excesso de gases indesejados, depois o ‘coração’, a aguardente bebível (que corresponde a cerca de 80% do destilado) e, por último, a ‘cauda’, ou a aguardente ‘frouxa’ que é utilizada para juntar à destilação seguinte.
Finda a recolha, a aguardente é engarrafada.
Há quem a envelheça em barris durante aproximadamente oito anos para aumentar a sua qualidade.
Normalmente, a graduação da aguardente de medronho ronda os 50% de teor alcoólico
fonte: http://algarvevivo.pt/